23 de fevereiro de 2013

Educação como se deseja

Antigamente os casais tinham muitos filhos, como por exemplo os teus bisavós maternos, que tiveram 7 filhos. A tua bisavó Patrocínio ficava em casa a cuidar da mesma e dos filhos, enquanto que o teu bisavó Luciano ia trabalhar para sustentar a família. No entanto tudo se criava e não faltava comida na mesa. As roupas dos filhos eram feitas a partir das dos pais que iam ficando mais velhas (aproveitando tudo e não deitando nada fora). Não havia lugar para luxos ou para coisas supérfluas.
 
Hoje em dia já não é assim, tanto as mulheres como os homens trabalham, e são mais as que têm uma vida profissional atribulada e extremamente ativa do que aquelas que ficam em casa a cuidar dos filhos. Agora cada vez mais é menor o número de filhos por casal e os que têm são extremamente mimados, com acesso a tudo de mão beijada. São habituados a ter o último grito da tecnologia e toda a roupa de marca, a não trabalharem ou a esforçarem-se para alcançar os seus objetivos, conseguirem as coisas pelo seu próprio esforço, orgulharem-se do que conquistaram na vida. Tudo é muito fácil e acessível. Tudo é plástico, descartável (quando fica velho ou avaria, deita-se ao lixo e compra-se novo), não se valoriza as pessoas, as relações humanas, os laços que estabelecemos e que criamos com os amigos ou familiares.
 
No ano em que a mamã nasceu (1980) a forma como vivíamos, como passávamos os nossos tempos livres era muito diferente de agora. Na altura valorizávamos muito a natureza, as brincadeiras que podíamos fazer nos jardins, parques, resumindo ao ar livre. Não passávamos o tempo à frente da televisão, da consola de jogos nem do computador. Divertíamo-nos muito ou até mais a fazer brincadeiras muito simples, brincar às escondidas, à apanhada, o jogo do elástico ou a jogar à bola ou simplesmente a falar de coisas de miúdas. Lembro-me de fazer piqueniques com os meus avós e pais, de passarmos a tarde a passear pelos pinhais a apanhar pinhas, a conversar sobre a vida de cada um  ou a tirar uma soneca à sombra das árvores a ouvir os sons da natureza.
 
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A mamã quer e gostaria muito de te poder dar a mesma educação que os papás tiveram, implementar os gostos e os prazeres que tivemos e sentimos na nossa infância. Ensinar-te a valorizar o mais importante na vida - as pessoas, a família, os amigos. Não ligares a aparências, quereres ser ou parecer ser o que não és, mostrares-te como és (quem gosta, gosta; quem não gosta, ponha no lado do prato), manteres-te fiel a ti mesma, às  tuas crenças, à tua moral, aos que os teus pais te transmitiram. Quero-te incutir o gosto pelo ar livre, usufruirmos da paisagem linda que temos no nosso país, seja o campo ou a praia, fazermos piqueniques, brincarmos ao ar livre, não estarmos fechados em casa o tempo todo a ver televisão ou agarrados ao computador. A mamã é um pouco suspeita para falar, porque por vezes pratica estes maus hábitos, mas também faço um esforço e quando está um sol radioso e um calor muito agradável, lá pego nos meus trabalhos manuais e vou-me sentar no nosso jardim a aproveitar a energia e o bem- estar que o sol e o bom tempo nos transmite. 
 
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